Seguindo três dicotomias: o público e o privado, o cheio e o vazio, o construído e o natural, o projecto ganha forma. Acompanhando as características únicas do lugar, três volumes são compostos de modo a providenciar uma clara separação do ambiente movimentado e encerrando o espaço em si.
Cada volume interage de um modo único com os outros volumes assim como com a sua envolvente. Cada uma assume uma função específica e unem-se através de caminhos e pátios.
Três volumes que surgem de uma matéria única.
O primeiro volume, mais próximo da rua, é composto pela vertente social da habitação, com a sala de estar, jantar e cozinha, abrindo-se igualmente para o espaço exterior de uso comum.
O volume adjacente, integra o espaço dedicado aos visitantes, enquanto que no terceiro volume, mais discreto, se encontram os espaços privados da habitação, os quartos.
No decorrer da análise do lugar, ficou claro que seria essencial que o próprio edifício fosse simples, permitindo que a estrutura e a paisagem desenvolvessem um diálogo expressivo entre si.
Recriando as casas tradicionais, as coberturas criam ângulos, permitindo uma desconstrução e reinterpretação da memória.
Um pátio central unifica os volumes fragmentados, criando espaço transicional como se de um elo se tratasse.
Apesar das três composições separadas, o edifício alcança a integralidade, como uma única entidade em constante relação com a natureza e seus habitantes.