Numa malha urbana densa em metamorfose, onde se encontram várias camadas arquitetónicas e com diversas cicatrizes frágeis, surge a necessidade de coser elementos dispersos e criar continuidade.
O edifício assenta na vontade de se integrar na trama urbana de forma o mais harmónica e respeitosa possível.
Num ponto da cidade com constantes interrupções do traçado urbano surge a inevitabilidade de proporcionar continuidade nas ligações. Consequentemente esta urgência implica um rasgo no próprio edifício que obriga a uma reestruturação no modo de funcionamento do seu interior.
A conexão a criar no vazio urbano, implica uma reconfiguração nas ligações com os edifícios adjacentes que se encontram a cotas altimétricas diferentes. O edifício enfatiza a situação em pendente da rua e ajusta-se volumetricamente ao desnível existente, outorgando uma leitura geral da construção em forma de escadaria. O ritmo das fachadas existentes é continuado no proposto, onde são criados corpos em balanço que criam momentos de impasse. Os materiais aplicados no criam uma mímica da envolvente permitindo, manter a otimização térmica e acústica no interior, ao mesmo tempo que reduz a necessidade de manutenção.
A malha estrutural aplicada permite que a organização interior seja flexível e mutável, podendo ser criadas diversas alterações às tipologias por piso. Todos possuem acesso a espaço exterior, seja por varandas ou terraços, mantendo assim maior amplitude com a envolvente e possibilitando ampliação das vistas.